Preso assim que desferiu dois tiros contra o ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, Yamagami Tetsuya é um desempregado de 41 anos e ex-membro das Forças de Autodefesa Marítima do país, segundo a imprensa japonsa. O acusado é natural de Nara e foi detido segurando a arma do crime.
Abe proferia um discurso ao ar livre, por ocasião da campanha eleitoral, na cidade de Nara, região central de Honshu. As eleições japonesas para a Câmara Alta do Parlamento acontecem no próximo domingo (10/7). O ataque aconteceu às 11h30 (horário japonês), desta sexta-feira (8/7). O ex-premiê tinha 67 anos e morreu na hora.
O homem disse aos policias que estava “insatisfeito” com o ex-premiê e que queria matá-lo, sem dar maiores detalhes. Tetsuya serviu as Forças de Autodefesa do Japão, que também é conhecida como a Marinha Japonesa, até 2005. No país, os militares foram restringidos pela Constituição e, apenas as Forças de Autodefesa permanecem.
A hipótese dos investigadores é de que Tetsuya fabricou a arma, utilizada no assassinato, já que o código armamentista do Japão é extremamente rígido. De acordo com uma análise primária, ele provavelmente a confeccionou com uma impressora 3D
Segundo veiculado pela BBC, em 2017, para ter acesso a uma arma no Japão, o candidato deve “assistir a uma aula durante todo o dia, fazer um exame escrito e passar em um teste de tiro com uma nota de pelo menos 95%”. Apenas armas como espingardas e rifles de ar são permitidas.
Shinzo Abe estava em Nara fazendo campanha antes da eleição de domingo (10/7) para a Câmara Alta do Parlamento, quando, às 11h30 (horário japonês), um homem se aproximou e atirou contra ele. “Esse ato de barbárie não pode ser tolerado”, afirmou o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno.
A emissora pública NHK, citando o Corpo de Bombeiros local, disse que Abe “não mostrava sinais vitais” após o atentado. A vítima teria sido baleada nas costas, com uma espingarda. Imagens mostram o ex-primeiro-ministro desmaiado na rua, com vários seguranças correndo em sua direção. Abe estava segurando o peito, com a camisa manchada de sangue.
Shinzo Abe ficou conhecido como um dos mais importantes líderes japoneses do pós-guerra.
Abe assumiu o cargo de premiê por um período curto, entre 2006 e 2007, antes de ocupar a posição de forma permanente de 2012 a 2020, pelo Partido Liberal Democrata, de centro-direita. Renunciou por causa de uma série de doenças, inclusive uma úlcera grave.
Mesmo assim, acabou sendo o primeiro-ministro com mais tempo no poder, ultrapassando o próprio avô, Nobusuke Kishi, que ocupou o cargo entre 1957 e 1960. Em uma triste coincidência, Kishi também foi vítima de uma tentativa de assassinato, mas sobreviveu. O pai de Shinzo Abe, Shintaro Abe, também atuou como secretário-chefe do gabinete, considerada a segunda posição mais poderosa do Japão.
Mesmo após renunciar, Abe permaneceu como figura central no partido. Nacionalista ao extremo, ele também tomou algumas atitudes que irritaram potências internacionais, como visitar o controverso Santuário Yasukuni, local que os EUA, por exemplo, considera uma homenagem a criminosos da 2ª Guerra Mundial.
Por Metrópoles
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