Backer entrega vídeo de suposta sabotagem à Justiça. Quarta morte é confirmada

A Cervejaria Backer entregou à Justiça um vídeo com indícios de sabotagem nos seus barris de monoetilenoglicol, substância utilizada em serpentinas de resfriamentos de suas cervejas. O vídeo foi anexado ao pedido judicial feito pela cervejaria para retomar as produções em sua fábrica.

“O Impetrante juntou aos autos vídeo supostamente contendo indícios de sabotagem nos barris demonoetilenoglicol por ele adquiridos junto ao seu fornecedor. Todavia, não cabe a análise dessa questão na via estreita do mandado de segurança”, afirmou a Juíza federal substituta Anna Cristina Rocha Gonçalves, na decisão.

O pedido para que a Backer possa retomar as atividades na empresa foi parcialmente aceito pela juíza. Ela determinou ontem (16), de forma liminar, a reabertura da fábrica em Belo Horizonte. O local estava interditado desde o último dia 10 pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. A juíza determinou uma série de medidas que devem ser seguidas pela empresa e ministério.

A Justiça também estipulou o prazo de 48 horas para que o Ministério da Agricultura comece a apresentar análise laboratorial dos tanques de cerveja ainda não periciados. Para voltar a comercializar as cervejas engarrafadas, a Backer precisará comprovar que todas estão livres de contaminação.

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais anunciou na tarde de ontem (16) a quarta morte por ingestão de dietilenoglicol, substância tóxica encontrada em cervejas da marca. A vítima é uma mulher que faleceu em Pompéu no dia 28 de dezembro. Até o momento, 18 casos por intoxicação foram confirmados, incluindo mortes e internações.

No início das investigações, ficou confirmado que os lotes da cerveja Belorizontina estavam contaminados por dietilenoglicol. Hoje, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento atestou a presença de substâncias tóxicas presentes em outras cervejas produzidas pela cervejaria.

 

Ingerir dietilenoglicol pode causar síndrome nefroneural, que apresenta sintomas gastrointestinais (náusea, vômito e dores abdominais), acompanhados de alterações na função renal ou sintomas neurológicos (paralisia facial, embaçamentos da visão, amaurose, alterações de sensório, paralisia descendente e convulsão).

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