A exportação de coprodutos derivados do etanol de milho foi o foco do primeiro painel do segundo dia do Teco Latin America, realizado em 1º de outubro, em São Paulo. O encontro, voltado à cadeia produtiva de grãos e etanol, contou com a participação de Andréa Veríssimo, representante da Unem, no debate sobre valorização desses subprodutos.
Durante o evento, foram apresentadas projeções atualizadas da União Nacional do Etanol de Milho. Para o ciclo de 2025/26, espera-se que a produção brasileira de etanol de milho atinja 9,9 bilhões de litros, acompanhada de 4,83 milhões de toneladas de DDGS. A estimativa para 2034/35 é de 21,76 bilhões de litros e 10,39 milhões de toneladas do mesmo coproduto.
Segundo Veríssimo, o comércio internacional de DDG e DDGS ainda é recente, mas tem mostrado crescimento contínuo. Com a possível entrada da China como compradora, a expectativa é que o Brasil exporte 1,5 milhão de toneladas desses produtos em 2025, o que pode representar uma receita de R$ 333,83 milhões.
Até o mês de agosto, os embarques internacionais já somavam 595,77 mil toneladas, gerando US$ 134,31 milhões. Os principais destinos incluem países como Vietnã, Turquia e Nova Zelândia. Ao todo, 19 nações devem receber DDG ou DDGS brasileiros no próximo ano.
A China se destaca como um mercado promissor, com forte interesse demonstrado. A empresa Cofco, por exemplo, teria sinalizado intenção de adquirir até 5 milhões de toneladas de DDG, segundo a diretora da Unem.
Durante sua apresentação, Veríssimo também mencionou a colaboração entre a Unem e a ApexBrasil, voltada à promoção das exportações de DDGS. Um novo ciclo do projeto, previsto para o período entre 2025 e 2027, deve ampliar o alcance internacional do produto. Os investimentos foram elevados em 60%, com recursos provenientes tanto de empresas quanto do governo federal.
Além do DDG e do DDGS, o óleo de milho também foi abordado como coproduto relevante, embora produzido em menor escala. Daniel Ruschel, especialista da ICM, falou sobre os fatores que influenciam a recuperação de óleo no cereal. Ele explicou que o teor de gordura varia conforme a variedade do grão, a região de cultivo, o clima e o momento do plantio.
Ruschel destacou que essas variações afetam diretamente o rendimento industrial. Para melhorar a extração, é necessário investir em tecnologias específicas. Ele também defendeu que, além de medir o rendimento, é essencial avaliar o teor de gordura do milho, pois isso impacta a eficiência da produção. Segundo ele, o ideal seria adotar como métrica o percentual de recuperação de óleo.
Por fim, o especialista ressaltou a importância do armazenamento adequado do milho, não apenas para garantir bons resultados na produção de óleo, mas também para o desempenho na fabricação de etanol e DDG.
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