Com tombo maior que o esperado, produção industrial cai 0,6% em julho

A produção industrial no Brasil registrou queda de 0,6% em julho deste ano, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (5/9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em junho, a produção industrial havia avançado 0,1%. Em relação a julho de 2022, o tombo foi de 1,1%, segundo o IBGE.

Com esses resultados, a indústria brasileira acumula queda de 0,4% no ano e tem uma variação nula (0%) no acumulado de 12 meses. A média móvel trimestral teve recuo de 0,1%.

O índice mensal veio pior do que as expectativas dos analistas. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estimava queda de 0,3% em julho. Na comparação anual, a projeção era um recuo de 0,5%.

Juros altos afetam indústria

Para André Macedo, analista da pesquisa, o resultado de julho consolida um cenário de perda de ritmo da atividade industrial.

No mês passado, o setor estava 2,3% abaixo do patamar pré-pandemia (de fevereiro de 2020) e 18,7% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em maio de 2011.

“A pesquisa mostra um bom retrato de como o setor industrial não consegue avançar. E muito disso passa pela política monetária, com a taxa de juros mais elevada, mesmo com um movimento inicial de queda”, afirma Macedo.

Desempenho por segmentos

De acordo com os dados do IBGE, três das quatro grandes categorias econômicas e 15 dos 25 segmentos pesquisados tiveram queda na produção em julho.

Entre as atividades, os maiores recuos foram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-6,5%), indústrias extrativas (-1,4%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-12,1%) e máquinas e equipamentos (-5%).

Também registrou queda na produção a confecção de artigos do vestuário e acessórios (-8%), de produtos de metal (-4,8%) e de produtos de borracha e de material plástico (-3,8%).

Entre as nove atividades que fecharam julho em alta, os principais destaques foram produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8,2%), produtos alimentícios (0,9%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,7%).

 

 

Por Metrópoles

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