Especialistas acreditam que as taxas de contaminação e de mortalidade no Brasil podem ser maiores do que os números divulgados, devido à carência de testes para o Covid-19.
Existem dois tipos principais de testes para o novo coronavírus. O mais preciso é o RT-PCR: amostras de secreção do nariz e garganta são coletadas com uma haste flexível. Essa análise demora pelo menos 12 horas e detecta, com 90% de certeza, se o vírus está ativo, mesmo em pacientes que começaram a apresentar sintomas há apenas um dia.
“Esse é principal teste, o teste ouro. É um teste de difícil execução, precisa de profissional treinado, precisa de máquina específica, precisa de um kit específico, precisa desenvolver o método. Só que o teste não está muito disponível. Teve uma alta demanda e a maioria dos laboratórios não estão conseguindo entregar o teste”, explicou Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, médico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica.
Os governantes mundiais estão recorrendo a outro tipo de teste: os testes rápidos. O teste rápido é feito com uma amostra de sangue, uma picada no dedo. Em dez minutos, ele detecta os anticorpos que o organismo produz para se defender do novo coronavírus. Mas, como esse tempo varia de pessoa para pessoa, o teste é indicado apenas a partir de sete dias depois do início dos sintomas. A Fiocruz está realizando análises antes de distribuir aos estados.
“Nós fechamos o contrato com um pool de laboratórios privados. Vamos fazer os ‘check points’, que as pessoas chamam de drive-thru. A gente faz a logística e centraliza isso tudo em São Paulo e no Rio. Em 24 horas a gente devolve no aplicativo para a pessoa e para o sistema de saúde. Esse teste sim, esse é o que nós vamos levar quase como um mantra nosso, pra gente saber a velocidade de propagação. E o outro, nós vamos usar muito pra saber em qual velocidade de percentual da população que tem anticorpo”, afirmou o Ministério da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.