Glenn Greenwald e mais seis são denunciados pelo MPF por invasão de celulares de autoridades

Sete pessoas foram indiciadas nesta terca-feira (21) pela invasão do aplicativo de mensagens Telegram em celulares de autoridades do governo.

A Operação Spoofing, que deflagrou a investigação, denunciou  o jornalista Glenn Greenwald, o hacker Walter Delgatti Neto (que confessou ter invadido as contas do aplicativo e repassado as conversas ao jornalista, além de outros nomes com ligações ao hacker (Danilo Cristiano Marques, Gustavo Henrique Elias Santos, Luiz Henrique Molição, Suelen Priscila de Oliveira e Thiago Eliezer Santos). A Procuradoria da República no DF acusa Glenn Greenwald de ser “partícipe” nos crimes de monitoramento ilegal de comunicações e associação criminosa.

Há 5 meses, o Supremo Tribunal Federal concedeu uma liminar impetrada pelo partido Rede, proibindo às autoridades públicas que praticassem atos que responsabilizassem Glenn Greenwald pela recepção ou transmissão de informações em veículos de comunicação. Gilmar Mendes argumentou que sua decisão visava garantir a “proteção do sigilo constitucional da fonte jornalística”.

A PRDF argumentou que a decisão do ministro gilmar Mendes não foi descumprida, uma vez que o jornalista não foi investigado. Contudo, durante o inquérito, foram encontrados diálogos que fundamentaram a acusação.

Delgatti é apontado pelo Ministério Público Federal como “responsável direto e imediato” pelas invasões em dispositivos de 176 pessoas, das quais 126 tiveram conversas monitoradas em tempo real.

Sergio Moro, Ministro da Justiça, e Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, estavam entre as autoridades monitoradas. 

“Diferentemente da tese apresentada pelo jornalista, Glenn Greenwald recebeu o material de origem ilícita enquanto a organização criminosa ainda praticava condutas semelhantes, buscando novos alvos, possuindo relação próxima e tentando subverter a noção de proteção ao ‘sigilo da fonte’ para, inclusive orientar que o grupo deveria se desfazer das mensagens que estavam armazenadas para evitar ligação dos autores com os conteúdos ‘hackeados’, demonstrando uma participação direta nas condutas criminosas”, relata a denúncia.

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