Harpoon: nova arma prometida à Ucrânia dispara um míssil a cada 2 segundos

A Dinamarca prometeu fornecer à Ucrânia uma quantidade ainda desconhecida de lançadores e mísseis antinavio Harpoon. O objetivo é combater o bloqueio naval imposto pela Rússia em Odessa. A terceira maior cidade ucraniana, na costa noroeste do mar Negro, vive hoje um cenário de devastação econômica por conta da invasão comandada por Vladimir Putin. A região abriga o maior porto comercial marítimo do país, onde milhões de toneladas de grãos estão sem destino de exportação devido ao cerco russo.

Os modernos mísseis foram discutidos na segunda reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia, realizada por videoconferência no dia 23 de maio. “Já recebemos a confirmação do reforço da nossa defesa costeira. Em particular, estamos falando de lançadores e mísseis antinavio Harpoon”, disse Oleksiy Reznikov, o ministro da Defesa ucraniana em um canal no Telegram.

Segundo a agência Reuters, três autoridades dos Estados Unidos e duas fontes do Congresso norte-americano confirmaram que tanto o Harpoon quanto o míssil de ataque naval poderão ser remetidos de forma direta à Ucrânia ou serem transferidos por meio de um aliado europeu que os possui. Lloyd Austin, chefe do Pentágono, disse que cerca de 20 países integrantes da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) anunciaram novos pacotes de assistência em segurança aos ucranianos.

O arsenal incluiria artilharia, tanques, helicópteros de ataque, além de outros veículos blindados e sistemas de foguetes. Os EUA vão mandar um sistema de lançadores de mísseis de médio alcance, além de Javelins e outras armas. No mês passado, o Reino Unido havia prometido enviar “centenas” de mísseis antinavios Brimstone para que a Ucrânia reforçasse sua defesa naval.

Mísseis antinavios terrestres já provaram sua eficácia na guerra atual. Em abril, o cruzador Moskva afundou após ser alvejado por dois mísseis ucranianos. Antes de pegar fogo e afundar, a embarcação era a principal da frota russa. Ou seja, o emprego de mísseis antinavios poderá ajudar a Ucrânia a furar o bloqueio naval em Odessa, o que permitiria a retomada das exportações de grãos pelo mar Negro.

‘Arpão para matar baleia’

Fabricado em 1975, o Harpoon foi concebido como um míssil de longo alcance para ser usado contra alvos submarinos na superfície. Vem daí o seu nome (“arpão para matar baleia”, apelido dos submarinos na Marinha americana), de acordo com o site brasileiro Sistema de Armas. Inicialmente projetado para ser lançado do ar pela Marinha dos Estados Unidos, acabou adaptado para ser lançado a partir dos bombardeiros B-52G da Força Aérea dos EUA, pois poderiam transportar de 8 a 12 unidades.

Fabricado hoje pela Boeing, o armamento pode custar mais de US$ 1 milhão por unidade.

Um míssil a cada dois segundos

O Harpoon tem 3,85 metros de comprimento, diâmetro de 34,3 cm, envergadura de 91 cm e peso no lançamento de 556 kg. O tamanho foi limitado para usar o mesmo lançador do míssil Standard, ainda assim costuma ser transportado em contêiner.

Os lançadores podem disparar um míssil a cada dois segundos e até quatro mísseis simultaneamente. Eles atingem uma altitude de 430 metros e alvos a 180 graus em relação à plataforma lançadora ou 90 graus para cada lado em relação ao lançador.

Disparo eficiente e busca padronizada

O Harpoon é guiado e de médio alcance. Ele voa usando coordenadas de GPS para atacar o inimigo e segue trajetória de baixa altitude para aumentar a precisão e a sobrevivência do próprio míssil. As plataformas de lançamento possíveis são:

Aviões (AGM-84);

  • Navios (RGM-84) com foguete de propulsão, descartado após disparo;
  • Submarinos (UGM-84) com foguete e encapsulamento para disparo debaixo de água por tubo de torpedo;
  • Baterias de defesa costeira.

São quatro modos de disparo e tecnologia de radar ativo homing. Um dos modos permite disparo direto ao alvo com ativação do radar logo em seguida e busca em 45 graus para cada lado. Caso não atinja o alvo, o míssil passa a fazer uma busca padronizada. Se não acertar alvo algum, o míssil se autodestrói. Quando o alvo é detectado, o míssil passa para o modo de guiamento. Seu alcance de busca pode ser configurado para longa e curta distâncias. O alcance curto, no entanto, é menos suscetível à interferência eletrônica.

A posição do alvo, por sua vez, precisa ser fornecida com grande precisão. Relatórios do Ministério da Defesa ucraniano mostram que o treinamento de uso tático para uso do Harpoon deve durar somente 14 dias.

 

Por Uol Notícias

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