Ibaneis diz que Iges é positivo pro DF e MP cumpre dever de investigar

Logo após mais uma operação que tem como alvo o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF), o governador Ibaneis Rocha (MDB) disse que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) “está no seu dever de investigar e deve fazer isso sempre que entender haver indícios de irregularidades”.

Ibaneis também afirmou à coluna que o Iges-DF é “bastante positivo” para a população da capital federal. O instituto, criado em 2019, é vinculado à Secretaria de Saúde do DF e recebe repasses de dinheiro público para a gestão do Hospital de Base, do Hospital Regional de Santa Maria e das UPAs.

Na manhã desta terça-feira (31/5), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Pomona, que investiga suspeita de superfaturamento em contrato de locação de R$ 17,2 milhões firmado pelo Iges-DF.

De acordo com as investigações, em um primeiro momento, a Cepe Comércio Importação e Exportação de Alimentos Ltda adquiriu imóvel pertencente à Terracap, o qual foi destinado posteriormente ao Pró-DF II, programa governamental de incentivo econômico, por meio da extinta Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e Turismo. O contrato foi firmado e permaneceu vigente entre os anos de 2009 e 2019.

Em seguida, o mesmo imóvel no SIA foi locado pelo Iges, com valores estimados em R$ 17.293.613,40. O procedimento administrativo teria diversas ilegalidades e “indícios consistentes” de direcionamento em favor de empresários locais, segundo os investigadores.

Entre os alvos da Operação Pomona, estão os empresários Marcelo Perboni, do ramo de hortifrúti; Guilherme Carissimi, sócio da Cepe; Francisco Araújo Filho, ex-presidente do Iges-DF e ex-secretário de Saúde; e José Tenório da Silva Neto, ex-administrador regional do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA).

O que dizem os alvos

Procurado pelo Metrópoles, o Iges-DF informou “que teve conhecimento da operação por meio da imprensa e não tem mais detalhes”. De acordo com o instituto, a investigação não tem relação com a atual gestão. O Iges ainda se colocou à disposição da Justiça e dos órgãos investigadores e fiscalizadores, a fim de colaborar com qualquer apuração.

Já a defesa do ex-secretário Francisco Araújo “considera a busca e a apreensão deflagradas hoje como desnecessárias, inadequadas e, até mesmo, atentatórias à dignidade da pessoa humana”. Para os advogados de Araújo, o ex-gestor foi alvo de três buscas que “nada produziram de relevante”.

“Parece mesmo, com todo o respeito, que o Ministério Público age com o propósito de desmoralizar o ex-secretário de Saúde”, avaliou a defesa de Francisco Araújo.

 

Por Metrópoles

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