Incêndios na Austrália viram catástrofe ecológica

Os incêndios florestais que estão ocorrendo na Austrália nas últimas semanas são uma catástrofe ecológica que demorará décadas para ser superada, demandando grande apoio financeiro e sérias mudanças por parte das políticas ambientais, alertam especialistas.

De acordo com Stuart Blanch, cientista ambiental e um dos responsáveis pelo setor de reflorestamento da World Wide Fund – Austrália, as mudanças climáticas que estão acontecendo exigem medidas concretas. “Estamos diante de uma catástrofe ecológica, a estimativa é de perda de 1 bilhão de animais, mas sabemos que esse número vai aumentar quando informações mais precisas forem compiladas”, afirmou Blanch.

A atual área de destruição das queimadas já supera o tamanho de Portugal, e os cientistas alertam que o período das queimadas ainda não terminou, com a ocorrência de sérios danos a ecossistemas, principalmente na costa leste do país, deixando várias espécies ameaçadas de extinção.

“O número de 1 bilhão é uma extrapolação conservadora dessa média de animais, considerando os mais de 10 milhões de hectares queimados”, explicou o cientista.

O cálculo é de que 80% desses animais são répteis, incluindo lagartos e cobras, 12% a 15% são aves e 5% a 8% são mamíferos, mas para outros animais a perda ainda não foi contabilizada pelos especialistas.

“Os fogos que temos agora não são como no passado. São muito maiores, muito mais intensos, mais quentes, menos previsíveis e muito dos animais não conseguem escapar, até mesmo os pássaros”, afirmou Blanch.

Os coalas são os mais frágeis nessas situações, afirmou o cientista: “especialmente vulneráveis na costa leste” e que “devem ser consideradas sob ameaça de extinção”.

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