Indonésia: xarope infantil contaminado já causou 195 mortes; casos de insuficiência renal aumentam

A Indonésia anunciou que o número de crianças com insuficiência renal aguda após a ingestão de xaropes com substâncias nocivas chega a 324, das quais 195 morreram e 27 ainda estão hospitalizadas. O novo balanço foi divulgado pelo Ministério da Saúde do país, nesta segunda-feira (7). Desde agosto, a Indonésia tem registrado um aumento nos casos de insuficiência renal aguda, o que levou a uma investigação e a uma proibição geral das vendas e prescrições de xaropes e medicamentos líquidos.

A maioria das vítimas são crianças com menos de cinco anos, informou Mohammad Syahril, porta-voz do Ministério da Saúde, em entrevista coletiva. O número anterior era de 133 mortes, em 21 de outubro. “Testes descobriram que a maioria das mortes foi atribuída a xaropes contaminados com quantidades excessivas de etilenoglicol e dietilenoglicol, dois produtos químicos usados em produtos industriais”, disse Syahril.

Até agora, as autoridades de saúde importaram 246 frascos de antídotos para os pacientes, a maioria fornecidos por Cingapura e Austrália. Esses medicamentos mostraram resultados significativos, disse o Ministério da Saúde. No mês passado, a Agência de Vigilância de Alimentos e Medicamentos da Indonésia (BPOM) apontou os nomes de cinco xaropes que continham níveis perigosos de substâncias nocivas e ordenou que os produtos fossem retirados do mercado e destruídos. A agência anunciou, logo depois, uma lista de 156 xaropes livres de contaminação e pediu aos pais e aos profissionais de saúde que não usassem outros medicamentos líquidos que estivessem fora dessa lista.

Caso de polícia

A polícia iniciou uma investigação em três empresas farmacêuticas locais. Duas delas perderam temporariamente a licença para produzir xaropes medicinais. Antes desse episódio, o Ministério da Saúde costumava atender dois ou cinco casos de insuficiência renal aguda por mês. A Indonésia anunciou esse pico de mortes logo após uma tragédia semelhante ocorrer na Gâmbia, na África Ocidental, país onde 66 mortes de crianças foram registradas e uma investigação foi aberta para determinar se essas mortes estavam ligadas a xaropes importados.

No início de outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que havia encontrado “quantidades inaceitáveis” de dietilenoglicol e etilenoglicol em quatro xaropes para tosse indianos implicados na morte dessas crianças na Gâmbia.

 

Por Uol Notícias

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