Mesmo com fim do estado de calamidade, escolas do DF mantêm protocolos

Diante do arrefecimento da pandemia no Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) revogou o decreto que declarou estado de calamidade pública na capital da República. Apesar de os números de mortes e internações devido à Covid-19 terem caído substancialmente, os protocolos de segurança sanitária precisam ser mantidos. Nas escolas públicas e privadas, por exemplo, alunos que tiverem com sintomas da doença ou diagnóstico positivo para coronavírus ainda devem respeitar o isolamento imposto pela Secretaria de Saúde.

O decreto foi revogado em 10 de maio. Porém, essa medida não suspendeu as notas técnicas que estabelecem a necessidade de afastamento dos estudantes com Covid, a fim de evitar surtos da doença nas escolas.

Segundo as normas vigentes, a criança ou adolescente com confirmação de Covid por meio de teste rápido, RT-PCR ou diagnóstico clínico deve ficar em isolamento por sete dias após o início dos sintomas, desde que nas últimas 24 horas não tenha apresentado febre sem o uso de antitérmicos.

Se após o prazo de sete dias o aluno continuar com sintomas, o isolamento deve ser estendido até o 10º dia, desde que, nas 24 horas anteriores, ele não tenha tido febre (sem uso de medicamentos) ou outros sinais da doença.

E no caso dos testes negativos?

No caso dos indivíduos que apresentem síndrome gripal, mas que tenham tido exame com resultado negativo, a orientação da Secretaria de Saúde é de isolamento de sete dias após o início dos sintomas. Segundo a pasta, essa medida é necessária pela possibilidade de resultado falso negativo ou de infecção por Influenza, cujo período de transmissão é de um dia antes dos sintomas e de até sete dias após.

Segundo a Educação, a é Secretaria de Saúde local que tem o poder de revogar ou não esta norma. Procurada, a pasta informou que segue as recomendações do Ministério da Saúde (MS) e que, no momento, não há previsão de alteração nas regras.

Durante 2020 e 2021, o protocolo da pasta federal era de 14 dias de afastamento das atividades. Em janeiro deste ano, o ministério anunciou a redução deste intervalo — que passou a ser de 7 dias, desde que não apresente sintomas respiratórios e febre há pelo menos um dia, e sem o uso de remédios.

Segundo o órgão, aqueles que forem testados a partir do quinto dia e tiverem resultado negativo poderão sair do isolamento, antes do prazo, desde que não apresente sintomas por 24h. Se o resultado for positivo, é necessário permanecer em isolamento por 10 dias, a contar do início dos sintomas.

Para aqueles que, no sétimo dia, ainda apresentem sintomas, é obrigatória a realização de nova testagem. Caso o resultado seja negativo, a pessoa deverá aguardar 24 horas sem sintomas para sair do isolamento. Com o diagnóstico positivo, deverá ser mantido o isolamento por pelo menos 10 dias, contados a partir do início dos sintomas, sendo liberado do isolamento desde que não apresente mais sinais da doença há pelo menos 24h.

 

Explicações

Segundo especialistas, o protocolo de afastamento é algo comum entre doenças infecciosas e não tem relação com o status da pandemia. A infectologista Ana Helena Germóglio explica que as normas evitam disseminação maior da doença.

“Outras doenças têm um protocolo parecido. Por exemplo, gripe, conjuntivite, catapora. Essa orientação não tem base na pandemia em si. Ela pode ser modificada caso os estudos cheguem a outras conclusões diferentes das que temos hoje”, ressalta Ana.

O médico infectologista Hemerson Luz afirma que o período de afastamento é baseado no intervalo de transmissão do vírus, e que, por isso, deve ser seguido à risca. “A regra é baseada na manifestação clínica. As pessoas começam a transmitir cerca de dois dias antes de manifestação dos sintomas e permanecem assim durante uma semana até 10 dias. Por isso, é importante que os assintomáticos testem novamente apenas a partir de alguns dias do primeiro diagnóstico, e que os sintomáticos fiquem os 10 dias afastados.”

Taxa de transmissão em alta

A taxa de transmissão da Covid-19 chegou a 1,34 no Distrito Federal na segunda-feira (15/5), a mais alta do ano. A atualização indica que um grupo de 100 pessoas pode infectar outras 134. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), quando o número está acima de 1, significa que a pandemia está avançando.

Na terça (17/5), a taxa diminuiu um pouco e bateu 1,33.

Com a atualização, o DF se aproxima dos 700 mil casos da doença confirmados desde o início da crise sanitária. Durante o fim de semana, foram registrados 768 casos e duas mortes em decorrência da doença – um paciente tinha entre 60 e 69 anos, e o outro, 80 ou mais. Desde o início da crise sanitária, a capital federal teve 699.575 infecções e 11.672 óbitos.

Segundo especialistas, a taxa de transmissão representa a situação pandêmica dos 15 dias anteriores, e o impacto disso seria sentido nos atuais casos e mortes pela doença. A taxa de transmissão é calculada a partir da média móvel de casos confirmados, por data de início de sintomas de todos os casos confirmados no Distrito Federal, desde 29/2/2020 até 9/5/2022.

 

Por Metrópoles

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