O MP da Paraíba denunciou à Justiça o ex-governador do estado, Ricardo Coutinho, e mais 34 pessoas, alegando que todos participaram de organização criminosa lesando os cofres estaduais. Os promotores da peça solicitam o pagamento de R$ 134 milhões para o ressarcimento dos cofres públicos.
A Operação Calvário, como é chamada, foi deflagrada em dezembro de 2019 e já havia prendido preventivamente Coutinho, mas ele foi solto após obter uma decisão favorável no Superior Tribunal de Justiça.
Com base nas informações do MP, o esquema liderado pelo ex-governador compreendia a “captura do poder político e aferição de vantagens financeiras indevidas, mola para o enriquecimento ilícito de diversos agentes (públicos e privados), pela instrumentalização de crimes (fraudes licitatórias, falsidades, peculatos, corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros), especialmente de índole patrimonial”.
O Ministério Público acusa o esquema de ter desviado recursos da educação e saúde da Paraíba. “Uma corrupção entendida como sistêmica que, com uma voracidade jamais vista, sequestrou o Poder Executivo do Estado da Paraíba, penetrou no Legislativo e, fazendo escola, conseguiu fazer morada, com a expansão deliberada de seu ‘modelo de negócio’, em diversas Prefeituras desta unidade federativa (relembre o que se disse sobre o projeto de pulverização dos contratos de gestão pactuada, na área da saúde)”, relata o MP.
O lobista Daniel Gomes, delator do esquema, revelou os pagamentos sistemáticos de propina. Daniel, que é dirigente de uma instituição na área da saúde, chegou a gravar conversar de Coutinho acertando supostos pagamentos. A defesa do ex-governador disse que não iria se manifestar sobre as acusações.