Crianças de 4 meses a 17 anos foram levadas para instalações na Rússia e na Crimeia para serem reeducadas conforme a visão do governo russo sobre cultura nacional, história e sociedade. Alguns campos tinham treinamento militar, mas não há evidências de que crianças foram enviadas para combate. O relatório foi divulgado ontem pela Universidade de Yale com apoio do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Os campos de reeducação começaram a ser operados após a invasão russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Pesquisadores identificaram 43 campos e outras instalações que faziam parte de uma “rede sistemática em larga escala” coordenado nos níveis mais altos do governo da Rússia, inclusive pelo presidente Vladimir Putin. O número de crianças levadas pela Rússia “provavelmente é significativamente maior”. O relatório também diz que pais foram pressionados a dar consentimento para mandar seus filhos a “acampamentos”, na esperança de que eles voltassem. As crianças em 10% das instalações russas tiveram a data de retorno suspensa ou adiada. Em muitos casos, os pais não receberam mais informações.
Também há casos de pais que negaram a participação dos filhos, mas foram ignorados. Algumas crianças foram transferidas pelo sistema e adotadas por famílias russas ou enviadas a um orfanato na Rússia. Em coletiva de imprensa, o pesquisador de Yale, Nathaniel Raymond, afirmou que o relatório poderia ser uma evidência de que a Rússia cometeu genocídio durante a guerra na Ucrânia já que a transferência de crianças “para fins de mudança, alteração ou eliminação da identidade nacional pode constituir um ato componente do crime de genocídio”.
Por Uol Notícias
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