Secretaria de Saúde vai revisar contrato bilionário com o Iges-DF

Alvo de operações e reclamações da população, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) passará por escrutínio nos próximos dias. A Secretaria de Saúde criou um grupo de trabalho para revisar o contrato de R$ 12 bilhões com o Iges-DF para a gestão do Hospital de Base, Hospital Regional de Santa Maria e pelas UPAs do DF, por um período de 20 anos.

O instituto é público – apesar de ter uma natureza jurídica que garante mais autonomia – e recebe repasses da Secretaria de Saúde para fazer a gestão das unidades.

A partir de um pedido do Ministério Público e da Controladoria-Geral da União (CGU), a Secretaria de Saúde criou um grupo de trabalho com o objetivo de revisar o contrato com o Iges-DF para otimizar o monitoramento e a fiscalização do acordo.

Segundo a portaria que cria o grupo, publicada na noite de segunda-feira (4/4), a revisão deverá abordar objetivos estratégicos envolvendo a prestação de serviços de assistência à saúde qualificada e gratuita; programa em educação na promoção dos programas de residência médica, profissional e multiprofissional e outras atividades de ensino, capacitação e formação em saúde.

O grupo ainda deve analisar a gestão no campo de saúde, apoio institucional e revisar processos nas unidades e capacitação de pessoal do Iges-DF. Também cabe à equipe implementar estudos de incorporação tecnológica de medicamentos, materiais e equipamentos médico-hospitalares, protocolos e procedimentos de assistência à saúde.

A portaria também determina que o grupo de trabalho torne mais claras as metas a serem atingidas pelo Iges-DF e os prazos de execução. Também devem ser redefinidos os critérios objetivos de avaliação do desempenho e os indicadores de qualidade e produtividade.

O grupo de trabalho é formado por representantes de sete setores da Secretaria de Saúde. A equipe deve concluir as determinações em até 90 dias.

Histórico

Recentemente, o Iges-DF foi alvo de uma operação do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) que investiga o contrato supostamente superfaturado para prestação de serviço de informática.

Em nota, o Iges-DF afirmou que “vem realizando auditoria em contratos de gestões anteriores, inclusive do contrato objeto da operação deflagrada hoje pelo Ministério Público, que foi realizado em 2019.”

Em agosto do ano passado, a Polícia Civil do DF deflagrou a Operação Medusa para desarticular a atuação de um grupo criminoso acusado de fraude em contratações feitas pelo Iges-DF.

O Iges-DF tem sido alvo de reclamações da população na demora para atendimento. No início deste ano, o Hospital Regional de Santa Maria entrou em bandeira vermelha por causa da grande quantidade de pacientes aguardando por atendimento, situação que já havia ocorrido em outubro de 2021.

Por Metrópoles

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