TCDF detecta 21,5 mil pacientes à espera de endoscopia na rede pública

Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) vistoriou, nesta terça-feira (27/6), a ala de endoscopias do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e identificou diversos problemas. A visita marcou o fim de uma série de auditorias em hospitais da rede pública da capital do país que oferecem o exame. A Corte deu 180 dias para apresentação de resultados com resolução dos problemas listados.

De janeiro a novembro de 2022, as unidades de saúde da capital represavam uma fila de 21,5 mil pacientes, segundo levantamento do TCDF. Cinco mil deles aguardavam havia mais de dois anos.

Nesta quarta-feira (28/6), o tribunal entregará o relatório das auditorias à Secretaria de Saúde (SES-DF) e ao Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF).

A fiscalização verificou que, no âmbito do Iges-DF, os equipamentos usados em exames de endoscopia não têm contratos de manutenção eficazes, o que compromete a prestação do serviço público. No restante da rede, não há contrato desse tipo vigente.

“[De modo geral,] está faltando gestão para que esses serviços sejam prestados à população a contento e de forma eficiente. Precisa mais diálogo, mais ação e mais gestão entre as instituições. Dinheiro tem, falta gestão”, avaliou o conselheiro do TCDF Renato Rainha.

Um dos problemas encontrados na auditoria detectou a presença de apenas um cano para realização de exames de endoscopia, e o aparelho precisa ser limpo pelos próprios profissionais do setor, pois a máquina para isso está estragada. “Quem está fazendo a lavagem [dos tubos] são os servidores, usando produtos químicos que podem causar alergia, insalubres”, acrescentou Rainha.

Outro ponto criticado foi a falta de espaço adequado para acolhimento dos pacientes. “Não temos uma sala adequada para receber o paciente depois que ele acaba o exame. Fica todo mundo no mesmo local. Encontramos salas com baratas, macas com ferrugem”, elencou.

O conselheiro destacou que procedimentos simples, como confirmar um dia antes a ida do paciente ao hospital, e fornecer orientações corretas para que eles possam prestar o exame seriam efetivos na diminuição das filas.

A auditoria do TCDF na gestão dos serviços de endoscospia ocorreu em todos os hospitais da rede pública que fazem o procedimento: além do HBDF, os representantes do tribunal visitaram os hospitais regionais da Asa Norte (Hran); de Ceilândia (HRC); do Gama (HRG); de Sobradinho (HRS); e de Taguatinga (HRT).

Em resposta, os gestores do HRT, HRS, HRC e HRG informaram que usam verbas do Programa de Descentralização Progressiva de Ações de Saúde (PDPAS) para consertar alguns dos equipamentos quebrados. A reportagem aguarda resposta da SES-DF sobre as filas para o procedimento.

 

Por Metrópoles

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