Ucrânia diz que recuperou territórios em Kherson, região-chave no sul

A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira (6) que recuperou mais de 400 quilômetros quadrados na região de Kherson (sul) em menos de uma semana, depois que a Rússia anunciou a anexação desta região. As tropas ucranianas atuam na ofensiva em todas as frentes desde o início de setembro e já recuperaram uma parte de Kherson (nordeste) e importantes eixos logísticos como Izium, Kupiansk e Liman. Nesta última localidade, no leste, as tropas de Moscou, foram praticamente cercadas.

“As Forças Armadas da Ucrânia libertaram mais de 400 km2 na região de Kherson desde o início de outubro”, afirmou a porta-voz do Comando do Exército do Sul ucraniano, Natalia Gumeniuk. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou na quarta-feira a captura de três novas localidades nesta região e também confirmou que a contraofensiva continuava, graças às armas fornecidas por países ocidentais.

Desde 1 de outubro, as forças de Kiev reivindicam ter reconquistado 29 localidades das mãos dos russos. O exército de Moscou garantiu em seu relatório diário que “o inimigo foi expulso da linha de defesa das tropas russas” nesta mesma região de Kherson.

Segundo o exército, as forças ucranianas mobilizaram quatro batalhões táticos na linha de frente, ou seja, centenas de homens, e “tentou em várias ocasiões romper as defesas” russas nas proximidades de Dudchany, Sukhanove, Sadok e Bruskinskoe.

“Estamos melhores”

O presidente russo, Vladimir Putin, cuja ordem de mobilização parcial fez com que milhares de russos fugissem, garantiu nesta quarta que a situação militar se “estabilizaria”. Dias antes, Putin reivindicou a anexação de quatro regiões ucranianas, apesar de Moscou não ter total controle de algumas delas. Seu porta-voz, Dmitri Peskov, garantiu que os territórios perdidos serão “recuperados”.

Em setembro, Putin ameaçou recorrer aos armamento nuclear. No campo de batalha, soldados ucranianos contactados pela AFP começam a ver “uma luz no fim do túnel”, após os avanços das últimas semanas, em sete meses de uma guerra exaustiva. “Estamos melhores agora”, explica Bogdan, de 29 anos. “Vemos as conquistas e isto nos inspira”, disse.

Mas os bombardeiros continuam. Em Zaporizhzhia, umas das regiões anexadas, um ataque deixou três mortos e sete feridos. Jornalistas da AFP viram dois edifícios alvejados no centro da cidade. O primeiro andar de um deles foi destruído. A poucos metros, uma cratera profunda se abriu próximo a um condomínio residencial e muitos telhados caíram.

Visita da AIEA

Na região de Donetsk (leste) —outro território anexado—, ao menos 14 pessoas morreram e três ficaram feridas nas últimas 24 horas nas regiões controladas por Kiev, segundo a Presidência ucraniana. O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, deve chegar nesta quinta a Kiev, antes de partir para Moscou. Grossi quer falar sobre a criação de uma “zona de proteção” em torno da central nuclear de Zaporizhzhia.

Na quarta, a Rússia se apropriou, em decreto de Putin, desta usina, a maior da Europa, nas mãos russas desde março. No plano diplomático, 44 dirigentes europeus se reuniram nesta quinta em Praga na primeira reunião da Comunidade Política Europeia (CPE), para intensificar o isolamento de Moscou. Na quarta, a União Europeia aprovou uma nova série de sanções contra Moscou.

Na quarta, a União Europeia aprovou uma nova série de sanções contra Moscou. A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus dez aliados decidiram reduzir drasticamente suas cotas de produção para manter os preços, uma medida que beneficia a Rússia, cujos principais ingressos dependem dos hidrocarbonetos.

 

Por Uol Notícias

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