O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu hoje aos líderes dos países que integram a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que não digam que o exército do país não atende aos padrões da aliança militar.
A invasão russa completa hoje um mês, com a Ucrânia resistindo aos ataques do exército russo, apontado como uma das potências militares mundiais.
“A única coisa que peço a vocês… peço pelo bem de nossos militares… Depois de um mês de guerra… A guerra contra a Rússia… Nunca mais… Peço que nunca digam que nosso exército não atende aos padrões da Otan”, disse ele, falando por videoconferência na cúpula extraordinária da Otan, em Bruxelas.
O texto do discurso foi postado no Facebook por Andriy Sybiha, vice-chefe do gabinete do presidente. Liderada pelos Estados Unidos, a Otan é uma aliança militar criada em 1949 por 12 países, incluindo Canadá, Reino Unido e França.
Com a organização, seus membros assumiram o compromisso de ajudar uns aos outros no caso de um ataque armado contra qualquer Estado que fizesse parte da aliança.
Países que integram a aliança militar já disseram que não se envolverão diretamente no conflito entre Rússia e Ucrânia sob o risco de agravar a situação.
A Rússia reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan. Para Vladimir Putin, presidente russo, a Otan é uma ameaça à segurança deu seu país por sua expansão na região. Por isso, ele quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar ao grupo.
Em 15 de março, o líder ucraniano sugeriu que poderia desistir do ingresso na Otan para encerrar a guerra com a Rússia e disse entender que seu país não tem portas abertas para entrar na aliança.
Recentemente, ele declarou que a aliança está com “medo da Rússia” e, por isso, seu país não é aceito na aliança militar.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse, hoje, antes da cúpula da Otan, que Putin “cruzou uma linha vermelha” e que a comunidade internacional “aumentará a pressão” sobre ele.
‘Ajuda sem restrições’ Zelensky pediu ainda aos países membros da aliança “ajuda militar sem restrições”, para que seu país consiga enfrentar o exército russo, que atualmente Kiev combate “em condições desiguais”.
“Para salvar a população e nossas cidades, a Ucrânia precisa de ajuda militar sem restrições.
Assim como a Rússia utiliza, sem restrições, todo seu arsenal contra nós”, declarou o líder ucraniano.
“Mostramos do que nossos padrões são capazes.
E o quanto podemos dar à segurança comum na Europa e no mundo. O quanto podemos fazer para nos defender contra a agressão”, disse o presidente da Ucrânia.
Mas, de acordo com Zelensky, “a Otan ainda tem que mostrar o que a aliança pode fazer — salvar pessoas.
Mostrar que esta é uma aliança de defesa verdadeiramente poderosa no mundo.
O mundo está esperando. A Ucrânia está esperando. Esperando por uma ação real. Garantias reais de segurança.
Daqueles em cuja palavra vale a pena confiar e cujos atos podem manter a paz.
De verdade. As propostas estão na mesa. Nossas necessidades estão na mesa. Precisamos de paz imediatamente. As respostas são só suas”, continuou ele.
Zelensky também defendeu a parlamentar suecos que a Ucrânia está lutando pela segurança de toda a Europa e deveria ser membro pleno da União Europeia.
“Não estamos lutando apenas pelo povo da Ucrânia, mas pela segurança da Europa e temos demonstrado que merecemos ser um membro de pleno direito da UE”, disse.
Um mês de conflito A invasão russa ao território ucraniano completa um mês hoje ainda sem sinal de grandes avanços nas negociações para o fim da guerra.
Hoje, as Forças Armadas da Ucrânia divulgaram que um navio russo foi destruído no porto de Berdyansk — que fica a 750 quilômetros da capital ucraniana —, controlado pela Rússia. O Ministério da Defesa da Rússia não mencionou, em seu relatório matinal, a perda do navio, mas disse que “unidades do exército russo assumiram completamente o controle da cidade de Izium, na região de Kharkiv”.
A informação não pôde ser verificada de forma independente.
Para a Ucrânia, os principais alvos da Rússia “continuam sendo a infraestrutura militar e civil” nas regiões de Kiev, capital do país, Chernihiv, no norte ucraniano, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, no leste.
Hoje, os militares ucranianos recordaram a invasão, iniciada em 24 de fevereiro. Para o serviço de emergências da Ucrânia, “24 de março marca o mês da invencibilidade da Ucrânia”.
“Um mês de luta feroz de todo o povo ucraniano contra a agressão russa pelo direito de viver em um estado europeu livre. Este é o mês da nossa firmeza, que já provou ao mundo que é tão fácil não nos derrotar.”
Por Uol Notícias
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